Foi em 1868, quando Castro Alves, o poeta dos escravos publicou o poema Vozes d’África, que se percebeu, pela primeira vez na história, que algo estava errado: “Deus! Ó Deus, onde está que não responde?”.
Por que Deus permitiria tamanho sofrimento ministrado aos negros, escravizados e desacreditados da própria sorte?
Niezstche, o filósofo alemão, famoso por seu ateísmo, respondeu, em 1882, a esta questão. Ele disse, em sua obra ‘A Gaia ciência’, a frase mais mal-interpretada de toda a história da filosofia: “Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!”.
Por que Deus permitiria tamanho sofrimento ministrado aos negros, escravizados e desacreditados da própria sorte?
Niezstche, o filósofo alemão, famoso por seu ateísmo, respondeu, em 1882, a esta questão. Ele disse, em sua obra ‘A Gaia ciência’, a frase mais mal-interpretada de toda a história da filosofia: “Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!”.
Imagine que Deus possa habitar em um corpo físico, de carne e osso. Agora imagine um assassinato comum, o assassinato de uma pessoa qualquer, que você nunca viu ou conhece. Foi assim que Deus morreu: através do veneno contido em nossos atos e palavras egoístas, fizemos com que Deus adoecesse lentamente, sem que percebecessemos que algo não ia bem, que um cheiro estranho rondava o ar ao nosso redor. Todos nós agíamos como se, em nossa loucura, fossemos nós os únicos a enxergar a verdade, ignorando que, havia algo a ser conquistado, algo com o qual sempre tínhamos sonhado, mas sempre reprimido: o desejo de ser deus. Não exatamente “Deus”, mas sim, um deus, um sonho de perfeição.
Agora o trono está vazio, mas não o podemos ocupar. Quem nos coroaria? Qual seria o nosso cortejo? Sobre quem reinaríamos?
E os anjos? Teriam eles, em seu luto celeste, se precipitado no abismo? E as trevas, sobre o quê dominariam? Também eles desistiram da existência, de seu sonho de ser “Deus”?
Por que, em nossa insanidade, em nossa vingança, nos desfizemos do Pai? Que tipo de filho se imaginaria fazendo algo como isto? Mas sim, nós o fizemos. Matamos Deus, e, em nosso orgulho, negamos que tal crime aconteceu. Talvez tenha sido nas Cruzadas, ou nas Grandes Navegações; o tempo é incerto, mas aconteceu.
E os anjos? Teriam eles, em seu luto celeste, se precipitado no abismo? E as trevas, sobre o quê dominariam? Também eles desistiram da existência, de seu sonho de ser “Deus”?
Por que, em nossa insanidade, em nossa vingança, nos desfizemos do Pai? Que tipo de filho se imaginaria fazendo algo como isto? Mas sim, nós o fizemos. Matamos Deus, e, em nosso orgulho, negamos que tal crime aconteceu. Talvez tenha sido nas Cruzadas, ou nas Grandes Navegações; o tempo é incerto, mas aconteceu.
Agora, céticos de nosso arrependimento, clamamos cegamente aos quatro ventos, que eu estou certo e você está errado, ou que todos estão errados, menos você. Não importa mais se o que eu sigo é o caminho certo, pois achar que se está seguindo pelo caminho certo é completamente diferente de achar que é o caminho certo. São tantos caminhos, tantas portas, mas o que importa, é como trato a porta de meu vizinho, pois agora somos deuses e não podemos reinar. Este, creio, foi o último desejo Dele, que amássemos ao nosso próximo como a nós mesmos.
Foi Niezstche quem disse: “Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós, os algozes dos algozes? O que o mundo possuía ate agora, de mais sagrado e de mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes de nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiado grande para nós? Não teremos de nos tornar nossos próprios deuses, para parecermos apenas digno Dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até hoje!”